Brasileiras não sabem prevenir osteoporose, diz pesquisa
Pesquisa da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) indica que 60% das entrevistadas acreditam que basta um copo de leite por dia para prevenir a osteoporose. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, indica três porções diárias: “A prevenção, na verdade, tem que começar na adolescência”,afirma Angela Leal, endocrinologista e professora do Departamento de Medicina da UFSCar.
O estudo aponta que menos de 20% das mulheres que têm mais de 45 anos consomem três porções de leite e derivados, que são a recomendação diária. Aquelas que têm menos de 45 anos e consomem o recomendado não chegam a 10%.
“É na adolescência que o osso começa a ter sua reserva de cálcio, portanto a ingestão de cálcio é importante, e ele pode ser encontrado nos laticínios. Mas é difícil a pessoa atingir a quantidade de ingestão necessária. Então, além da ingestão de cálcio, são importantes as atividades físicas, uma saúde geral adequada, evitar o tabagismo”, completa a Leal.
A osteoporose é caracterizada pelo enfraquecimento da parte mineral do osso, quando ele perde a resistência e fica poroso: “O problema disso”, diz a endocrinologista, “é o osso quebrar. É uma doença que não acarreta dor, por isso que muita gente não sabe que tem, pois tudo o que não dói nem dá febre não é muito valorizado pelo paciente. Muitas pessoas só vão descobrir que têm na hora em que acontece a fratura. E é uma fratura que pode acontecer em condições não traumáticas, o que chamamos de fratura espontânea, ou então com um trauma mínimo”, explica.
Mas além de ser uma doença silenciosa, a osteoporose tem uma outra característica problemática: “O problema da fratura é a morbidade e a mortalidade que ela causa.O paciente fica acamado, pode ter complicações decorrentes dessa fratura; complicações que levam muitas vezes á morte”, afirma.
Embora não seja uma doença que atinja somente as mulheres, são elas as mais atingidas:“Acontece mais em mulher, e principalmente após a menopausa, porque o estrogênio do ovário que a mulher produz na fase reprodutiva é muito importante para manter o osso forte. Depois da menopausa o ovário não mais produz esse hormônio, e isso leva ao enfraquecimento do osso.Homens também têm, mas continua sendo mais prevalecente na mulher na fase pós-menopausa”, explica Leal, que completa: “A osteoporose é uma doença comum. Existem drogas que aumentam a deposição de cálcio no osso. Ela tem cura, mas demora, é de lenta recuperação”.



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