DIG prende acusado de atirar e matar policial civil no Jardim Zavaglia

Arma subtraída do policial na ocasião do crime, também foi localizada e apreendida pelo policiamento judiciário

14/08/2023 19h32 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação

Reportagem: Jean Guilherme

Um homem de 28 anos, identificado como Luiz Alberto Guimarães de Sousa, foi preso no início da noite desta segunda-feira (14) pela Polícia Civil de São Carlos (SP), por intermédio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), após estar constando na situação de procurado pela Justiça, diante da autoria dos disparos de arma de fogo que ceifaram a vida do agente policial, Gabriel Jorge Thomé, 40 anos, no início da noite de 6 de fevereiro de 2023, no Jardim Zavaglia.

Em entrevista ao Jornal Primeira Página, o delegado de polícia, João Fernando Baptista, destacou que durante as investigações, o indivíduo foi apontado como sendo quem puxou o gatilho e alvejou o policial civil da capital paulista, durante a troca de tiros ocorrida em meio a um desentendimento nas negociações, que eram feitas entre os traficantes e os policiais civis, por intermédio de um ‘ganso’ – informante dos policiais civis, identificado como Willian Pereira Lopes, 28 anos, que após o confronto entre as partes, foi detido pela Polícia Militar em uma estrada de terra que liga os bairros Jardim Zavaglia e Antenor Garcia. Diante das suas versões referente ao ocorrido, o rapaz foi preso e recolhido ao sistema penitenciário, onde aguarda por julgamento.

De acordo com a autoridade policial, no dia após a execução do agente policial e a detenção do ‘ganso’, a equipe de investigações da DIG já havia identificado os três envolvidos em tal desfecho, sendo dois homens, o acusado e mais um comparsa que se encontra foragido e já identificado, como também uma mulher, estando todos com as prisões temporárias decretadas pela Justiça, e que há dias atrás foi capturada pela Polícia Militar, depois de tentar apresentar documentos falsos aos militares, com o intuito de frustrar sua recolha ao Centro de Triagem, depois de ser abordada na mesma região onde ocorreu o crime investigado.

No decorrer das apurações desencadeadas pela especializada do policiamento judiciário, foi apontado que os acusados teriam ido até para o Paraguai após a troca de tiros e execução do policial civil, onde durante o inquérito policial, foi apurado ainda que os acusados integravam uma associação criminosa voltada ao tráfico de drogas no varejo, possuindo inclusive diversos pontos de comercialização de entorpecentes em São Carlos (SP), bem como seriam responsáveis por importar drogas do país vizinho mencionado, e fazer a distribuição para traficantes de cidades como Limeira (SP), Americana (SP), Descalvado (SP), Porto Ferreira (SP), Araraquara (SP), além da Grande São Paulo.

Após diversas diligências realizadas pela DIG, com o intuito de localizar e capturar os dois acusados ainda à solta, o cerco se fechou contra o acusado, sendo então cumprido o mandado de prisão em seu desfavor, onde enquanto o indivíduo prestava seus esclarecimentos na sede da especializada, uma equipe do setor de investigação, durante diligências em uma estrada de terra que liga os bairros Jardim Zavaglia e Residencial Eduardo Abdelnur, lograram êxito em localizar e apreender a pistola Taurus, calibre .40, desmuniciada, que estaria sendo utilizada e foi subtraída do policial civil, após o confronto entre as partes.

João Fernando Baptista, destacou ainda que a equipe de investigações está voltada a cumprir a prisão do terceiro envolvido no crime, bem como localizar o revólver calibre .38, que foi a arma que efetuou os disparos contra o policial civil assassinado, bem como encontrar e também apreender um outro armamento, que na ocasião havia apresentado um problema e não disparou no confronto.

Em atuações feitas pela Polícia Civil de São Carlos (SP) junto ao caso, foram ainda apreendidas em outras ocasiões drogas, dinheiro e apetrechos relacionados a prática do tráfico de entorpecentes, além de aparelhos de telefonia celular que eram utilizados pelos criminosos, entre outros objetos.

Diante do inquérito investigativo do caso já encerrado, o delegado de polícia acredita que nos próximos dias, as prisões temporárias decretadas em desfavor dos acusados, devem ser convertidas para prisões preventivas. O atirador e responsável por colocar um ponto final na vida do policial civil, foi recolhido ao Centro de Triagem de São Carlos (SP).

OUTROS DEFECHOS DO CASO – Em 10 de fevereiro de 2023, a Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo, prendeu o policial civil, Guilherme Henrique da Silva Roque, 34 anos, que integrava a 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas), na Capital Paulista. Ele foi apontado como suspeito nas investigações, pelo envolvimento na negociação de 10 quilos de cocaína, cujo fato culminou na morte do agente policial.

Na ocasião, o policial civil teve que entregar a sua arma e a carteira funcional da corporação, sendo posteriormente recolhido para o Presídio Especial da Polícia Civil, no bairro Carandiru, na Zona Norte de São Paulo (SP). Em suas atividades no DHPP, Guilherme Henrique da Silva Roque, investigava uma série de mortes que tinha o envolvimento do alto escalão do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Após a prisão do ‘ganso’, Willian Pereira Lopes, 28 anos, ele prestou depoimentos ao policiamento judiciário e confessou a sua participação no esquema de negociação da cocaína com os traficantes são-carlenses, afirmando ainda que viajou da Capital Paulista para São Carlos (SP), junto com o agente policial, Gabriel Jorge Thomé, que no contato com os criminosos foi descoberto como policial civil, sendo alvejado duas vezes e morrendo no local do confronto. Ainda de acordo com o ‘ganso’, estariam envolvidos no esquema outros três policiais civis, apontados como ‘Roque’, preso pela Corregedoria da PC, bem como ‘Danilo’ e ‘Thor’. Na ocasião, a Corregedoria do policiamento judiciário estaria apurando como seria feita a aquisição do montante da droga junto aos traficantes de São Carlos (SP), uma vez que o grupo de policiais civis não possuía nenhum valor em dinheiro.