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“O brasileiro é um feriado”

30/04/2014 07h59 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“O brasileiro é um feriado”

A economia não anda bem das pernas, e são pernas que fazem tropeçar os bolsos dos brasileiros. A confiança de empresários de vários setores e a dos consumidores cambaleia. A Páscoa teve o pior resultado em cinco anos.

 

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) projeta um aumento de 3% no volume de vendas a prazo do comércio para o Dia das Mães em relação ao mesmo período do ano passado. Se a projeção dos lojistas se confirmar, será o resultado mais fraco dos últimos cinco anos para o varejo.

Para engrossar o caldo de complicações econômicas, há alguns dias a eficiência do brasileiro foi colocada em xeque por uma das mais respeitas e influentes publicações mundiais, a The Economist.

E para engrossar ainda mais o caldo amanhã temos outro feriado. Em fevereiro, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP) alertou que a produção no Brasil pode sofrer, em um mês, uma perda de até R$ 30 bilhões com os 64 feriados da Copa do Mundo nas cidades-sede e em outras cidades do País.

Ah! Mas se fossem apenas os feriados da Copa!  Outro alerta, dessa vez vindo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), dá conta de que a indústria perderá R$ 45,5 bilhões com os feriados em 2014. O valor é 2,8% superior ao estimado para o ano passado, e indica, segundo o estudo, que a economia deixará de produzir até 3,6% do seu PIB industrial.  

O estudo “O custo econômico dos feriados” é divulgado desde 2008, com metodologia que considera o Produto Interno Bruto Industrial diário como o valor máximo que poderia ser perdido pela indústria com um dia paralisado.

E as maiores perdas, claro, estão concentradas nos estados mais industrializados. Segundo a Firjan, as perdas em São Paulo podem chegar a R$ 15,6 bilhões – a maior conta entre os estados. No Rio, os prejuízos são estimados em R$ 5,5 bilhões.

O escritor e jornalista Nelson Rodrigues, há 50 ou 60 anos atrás, já definia o brasileiro como sendo um feriado. E o comportamento deste feriado que é o brasileiro, oficializado pelos governos, torna ainda mais cambaleante as nossas pernas econômicas.

E não adianta lançar a culpa sobre os ombros externos. “Os que crêem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu”, alertava o economista Roberto Campos.

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