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Crédito no país crescerá mais em 2012, puxado por banco público

26/09/2012 18h45 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Crédito no país crescerá mais em 2012, puxado por banco público

O estoque de crédito no Brasil acelerou em agosto, junto com redução dos spreads bancários e nas taxas de juros, levando o Banco Central a melhorar sua expectativa de expansão desse mercado para 2012, puxada pelos bancos públicos. Mesmo assim, a inadimplência continua não cedendo.

 

No mês passado, o estoque cresceu 1,2 por cento sobre julho, acima da alta de 0,7 por cento vista naquele mês. Com isso, o número chegou a 51 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ou 2,211 trilhões de reais, informou o BC.

Agora, a autoridade monetária prevê que o mercado de crédito no país crescerá 16 por cento, um pouco acima dos 15 por cento calculados até então. Essa alta deve ser puxada pelos bancos públicos, graças ao aumento na participação nos financiamentos imobiliários.

Para o BC, os estoques de crédito dos bancos públicos crescerão 24 por cento neste ano, acima dos 21 por cento esperados antes. Já para as instituições privadas nacionais e as estrangeiras, as projeções de crescimento foram mantidas em 10 por cento e 13 por cento, respectivamente.

“(A projeção) reflete uma postura dos bancos públicos que, diante das incertezas, têm sido mais atuantes na concessão de crédito do que os privados”, afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

O governo tem colocado os bancos federais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, na linha de frente para forçar os concorrentes privados a reduzirem as taxas de juros e os spreads bancários, considerados muitos elevados.

Para a economista da Tendências Consultoria Mariana Oliveira, esse crescimento não traz riscos se as instituições estiverem mantendo as regras rígidas de concessão de crédito.

“O aumento de crédito com afrouxamento da análise de risco, seria prejudicial. Mas o crescimento tende a ser baseado em linhas de crédito de maior qualidade, com maiores garantias, como o consignado e o imobiliário, o que não acarretaria problemas muito elevados”, afirmou Mariana.

Na visão do BC, o mercado de crédito acompanhado de redução da taxas de juros e dos spreads torna-se mais sustentável. “O crescimento do mercado de crédito ocorreu num ambiente de redução das taxas de juros e dos spreads bancários”, afirmou Maciel, do BC.

 

JUROS RECORDES

Os spreads – diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final – atingiram 22,5 pontos percentuais em agosto, queda de 0,5 ponto sobre o mês anterior, em linha com os esforços do governo de reduzir essa taxa.

O maior movimento foi registrado no segmento de pessoas físicas, com retração de 0,7 ponto, para 27,7 ponto percentual. Para pessoa jurídica, a redução foi de 0,3 ponto, para 15,7 ponto percentual.

Também a fim de estimular a oferta de crédito na economia e contribuir para a redução dos juros e do spread, o BC reduziu, em meados de setembro, as alíquotas do compulsório bancário sobre depósitos à vista e a prazo, injetando na economia cerca de 30 bilhões de reais.

Por conta desse movimento, o mercado passou a avaliar que o BC não fará mais cortes na Selic – hoje na mínima histórica de 7,50 por cento – neste ano. Desde agosto do ano passado, a autoridade vem reduzindo a taxa básica de juros do país a fim de estimular a economia.

Na parcial de setembro até o dia 14, no entanto, o spread teve ligeira alta de 0,1 ponto, para 22,6 pontos percentuais.

Já as taxas médias de juros, em agosto, recuaram 0,6 ponto percentual, para 30,1 por cento, reforçando o menor nível histórico. O juros para pessoa física caíram 0,6 ponto, para 35,6 por cento, também recorde de baixa. Já para as empresas, a queda nas taxas foi de 0,5 ponto, para 23,1 por cento.

Na parcial de setembro, as taxas permaneciam estáveis em relação ao fechamento de agosto.

 

INADIMPLÊNCIA NÃO CEDE

Dados divulgados pelo BC mostraram ainda que a inadimplência -atrasos no pagamento acima de 90 dias – ficou em 5,9 por cento no mês passado, estável em relação a julho. O calote de pessoa física também manteve-se estável, em 7,9 por cento em agosto, apesar de em financiamentos de automóveis ter caído ligeiramente, para 5,9 por cento em agosto, contra 6 por cento em julho.

O BC acredita que a inadimplência deve arrefecer até o final do ano, acompanhando a evolução positiva do mercado de crédito e o crescimento da renda.

O principal argumento é a redução nos atrasos de 15 a 90 dias nas parcelas de financiamento de pessoas físicas, que caiu de 6,4 para 6,2 por cento em agosto. (com reportagem adicional de Alonso Soto)

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