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BC mantém Selic em 7,25% e indica juro estável

29/11/2012 00h46 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
BC mantém Selic em 7,25% e indica juro estável

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 7,25 por cento nesta quarta-feira, 28, encerrando o ciclo de afrouxamento monetário iniciado há mais de um ano, e indicou que a taxa ficará neste nível por um “período prolongado”.

 

O BC repetiu o comunicado da reunião anterior, reforçando a expectativa de agentes econômicos de que a Selic será mantida na atual mínima histórica no próximo ano.

“A estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”, disse o Copom em comunicado.

A decisão unânime foi tomada levando em consideração “o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional”, informou o Copom.

Pesquisa da Reuters mostrou na semana passada que todos os 60 analistas consultados previam manutenção da taxa básica de juros neste patamar.

A manutenção da taxa básica de juros encerra o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto de 2011 e que ceifou 5,25 pontos percentuais da taxa em dez cortes seguidos. O último movimento foi em outubro, quando a Selic foi reduzida em 0,25 ponto, para o atual patamar, em uma decisão dividida entre os membros do Copom.

“A unanimidade também mostra que a diretoria do BC está bem convergente, sabe que o balanço de riscos para a inflação está mais apertado, na margem acima da meta para 2013, e que não há espaço para a queda dos juros”, afirmou o economista-chefe da Planner, Eduardo Velho, para quem o cenário externo vai ditar os ajustes eventuais na Selic.

Em outubro, quando divulgou a ata da reunião daquele mês, o Copom já havia deixado claro que o corte era o “último ajuste”.

 

OUTROS INSTRUMENTOS

O ciclo de redução da taxa de juros teve como objetivo estimular a cambaleante economia brasileira, afetada pela crise internacional. A queda na taxa para o patamar mínimo histórico foi favorecida também pela vontade política do governo, que alterou a remuneração da caderneta de poupança.

O BC muda agora o rumo de sua política monetária de olho na inflação que, apesar de recentemente mostrar sinais de arrefecimento, ainda deve ficar bem acima do centro da meta do governo –de 4,5 por cento pelo IPCA– neste e no próximo ano.

Para parte do mercado, a Selic deverá ser mantida no patamar de 7,25 por cento ao ano até o fim de 2013. Isso porque, caso haja repique na inflação, o BC poderá usar outros instrumentos de política monetária para segurar os preços, assim como medidas macroprudenciais já usadas no passado.

“Repetir o comunicado é um instrumento importante, temos que ficar atentos porque reforça de forma clara o ‘suficientemente prolongado’… O governo pode usar outros instrumentos, como os compulsórios, para controlar a inflação no ano que vem” afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, Andre Perfeito.

Para o economista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, contudo, o BC aguardará os efeitos dos últimos estímulos monetários e das medidas do governo na economia e, havendo uma melhora no mercado externo, terá que elevar a taxa de juros em agosto de 2013.

“A nossa expectativa é de que o cenário externo melhore gradualmente, e com isso a economia brasileira ganharia força também em 2013”, afirmou ele.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,45 por cento em 12 meses até outubro e, para ficar abaixo do teto da meta para o ano, de 6,5 por cento, não poderá superar 2,03 por cento no acumulado de novembro e dezembro.

Apesar dos esforços do BC e do governo para reativar a economia, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 1,6 por cento este ano, de acordo com estimativas do Banco Central.

Mas o governo têm afirmado que a atividade acelerou neste semestre e que, em 2013, o ritmo será mais intenso, apoiado em importantes fatores de sustentação da demanda, como emprego, renda e crédito. (reportagem de Luciana Otoni e Tiago Pariz, em Brasília, e Silvio Cascione e Danielle Fonseca, em São Paulo)

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