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Automóveis ajudam e produção industrial sobe 0,3%

04/09/2012 16h23 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Automóveis ajudam e produção industrial sobe 0,3%

A produção industrial brasileira subiu 0,3 por cento em julho frente a junho, registrando a segunda alta seguida na comparação mensal, impulsionada principalmente pelo setor de automóveis.

 

O resultado, que veio acima das estimativas do mercado, sinaliza melhora no segundo semestre embora ainda seja insuficiente para reverter as expectativas de queda no final ano.

Na comparação com julho de 2011, a produção recuou 2,9 por cento, a 11a queda consecutiva nesse tipo de comparação, e no acumulado em 12 meses apresenta queda de 2,5 por cento, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 4.

Em junho, o indicador havia mostrado avanço de 0,2 por cento ante o mês anterior, na primeira alta mensal depois de três quedas consecutivas.

“Já existem sinais para acreditar que estamos passando por um ponto de inflexão. Alguns setores estão com desempenho bom e devem favorecer a retomada, principalmente bens de consumo duráveis como automóveis e a linha branca”, destacou o economista da Votorantim Corretora, Alexandre Andrade, creditando o desempenho desses setores às medidas adotadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A indústria brasileira está sofrendo com a crise internacional, e vem sendo foco de preocupação tanto do governo quanto do mercado, sendo apontada como o principal empecilho para uma retomada mais forte da atividade econômica brasileira.

A redução do IPI, adotada pelo governo para estimular o consumo interno e reverter o quadro negativo, contribuiu para a retomada da atividade em julho, com a indústria automobilística crescendo 4,9 por cento em relação a junho, segundo os dados do IBGE.

Apesar do melhor desempenho em julho, os economistas ainda calculam que o setor fechará o ano com forte queda em relação ao desempenho de 2011

“Há uma melhora na margem, mas não é suficientemente forte para reverter o conjunto da queda em 12 meses. Isso é importante porque aponta que há bastante coisa para o governo fazer”, disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Ele estima recuo de 1,7 por cento no final do ano. “Os dados ainda sugerem uma situação bastante morosa.”

O mercado de juros no Brasil reagiu ao dado da produção industrial e os contratos DI estavam em alta na manhã desta terça-feira.

“Os DIs estão subindo por conta da produção industrial um pouco melhor, os números revisados também vieram bons, acho que isso ajudou um pouco o humor do mercado”, disse Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores, em São Paulo. “Mas o número também não foi nada de extraordinário, uma vez que a isenção do IPI na indústria automobilística ajudou muito essa melhora. Não quer dizer que houve melhora de fato na produção como um todo.”

De acordo com pesquisa da Reuters junto a 15 analistas, a expectativa era de que a produção industrial permanecesse estável em julho ante junho, ou seja, com crescimento zero. Na comparação anual, a previsão era de contração de 3,3 por cento.

 

ATIVIDADES

Segundo o IBGE, 12 das 27 atividades pesquisadas mostraram crescimento na produção em julho ante junho. Além de veículos automotores, os setores de alimentos, com alta de 2,1 por cento, e de máquinas e equipamentos, com crescimento de 3 por cento, contribuíram para o desempenho melhor no mês.

Também contribuíram de forma positiva os setores de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (16,8 por cento), outros produtos químicos (1,8 por cento), borracha e plástico (3,2 por cento) e minerais não metálicos (2,7 por cento).

O IBGE destacou na ponta oposta, com recuo da produção, os segmentos de produtos de metal (-6,7 por cento), outros equipamentos de transporte (-7,4 por cento), farmacêutica (-4,8 por cento), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-4,1 por cento) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,8 por cento).

O dado do IBGE é o segundo divulgado nesta semana que aponta para uma ligeira melhora do setor industrial brasileiro. A pesquisa Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI), divulgada na segunda-feira, já havia mostrado sinais de estabilização do setor industrial, uma vez que a velocidade da contração diminuiu para um ritmo bastante fraco. (reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes, no Rio de Janeiro, e Danielle Ramos, em São Paulo)

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