Almoço de Páscoa 2025: Bacalhau e ovos de Páscoa elevam custos da celebração
A Páscoa deste ano trouxe um sabor mais salgado para o bolso dos brasileiros. Com a alta nos preços de itens tradicionais como bacalhau, ovos de Páscoa e outros produtos, preparar o almoço típico da data está mais caro, segundo dados recentes do mercado. A inflação desses produtos, impulsionada por fatores globais e sazonais, desafia as famílias a manterem a tradição sem comprometer o orçamento.
O bacalhau, protagonista de muitos pratos pascais, teve um aumento de 5,51% nos últimos 12 meses, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar da demanda menor por esse peixe, que ajudou a conter uma alta ainda maior, o preço médio na região metropolitana de São Paulo chega a R$ 117 por quilo, dependendo do corte. “As pessoas estão optando por peixes mais acessíveis, como tilápia ou cavala, que custam até 80% menos”, explica Guilherme Moreira, coordenador do IPC-Fipe.
O azeite de oliva, outro ingrediente essencial, lidera as altas com um salto de 14,16%. A seca que afetou as regiões produtoras da Europa, especialmente Espanha e Portugal, reduziu a oferta global, elevando os preços no Brasil, onde grande parte do produto é importada.
Não é só o prato principal que pesa. As sobremesas também estão mais caras. Chocolates em barra e bombons subiram 16,53%, enquanto o chocolate em pó teve alta de 12,49%. No caso dos ovos de Páscoa a maior variação encontrada de 2024 para 2025 é de 25% de aumento. A culpa, em parte, recai sobre o cacau, que enfrentou escassez devido a problemas climáticos na África, principal região produtora. Apesar de uma leve queda na cotação internacional do cacau desde o início do ano, os preços no varejo ainda refletem a disparada de 2024, quando a commodity atingiu valores recordes.
Por outro lado, nem tudo são más notícias. Alguns ingredientes típicos da bacalhoada, como batata (-44,85%), cebola (-32,33%) e pimentão (-9,57%), ficaram mais baratos, oferecendo um alívio parcial. No geral, a cesta com os principais itens do almoço pascal – bacalhau, azeite, batata, azeitona, cebola, pimentão e ovos – acumula inflação de 4,44% em um ano.
Alternativas para economizar
Diante dos preços elevados, especialistas sugerem estratégias para driblar a inflação. Substituir o bacalhau por peixes como tilápia ou corvina é uma opção. Para a sobremesa, barras de chocolate podem ser mais econômicas que ovos de Páscoa.
Perspectivas para o comércio
A combinação de preços altos e orçamento apertado deve impactar as vendas. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) prevê uma queda de 1,4% no faturamento do varejo para a Páscoa, a primeira retração desde 2020. A produção de ovos de chocolate também caiu, com 45 milhões de unidades fabricadas em 2025, 22,4% a menos que no ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab).
Enquanto isso, a busca por equilíbrio entre tradição e economia segue. Com planejamento e substituições inteligentes, os brasileiros tentam garantir que o feriado seja doce, mesmo com a inflação amargando os cálculos.
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