Alimentos influenciam alta no custo de vida
O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para São Paulo, apresentou alta de 0,23% em junho, segundo levantamento do órgão. A taxa do mês representa um recuo em relação a maio que teve alta de 0,43%. A alimentação – com alta de 0,46% – continuou a ser o grupo de despesas que mais contribuiu para a alta. As despesas pessoais (com elevação de 2,20%) e a habitação (0,36%) também pressionaram o índice. Já os equipamentos domésticos (-0,75%) e o transporte (-0,51%) contrabalançaram as altas com redução de preços.
Os consumidores são-carlenses identificaram alta no valor dos alimentos, entretanto não conseguem perceber a variação para menos de maio para junho. “Hoje a gente vive de promoção e compra quando o preço está baixo”, diz a dona de casa Márcia Almeida, 42 anos. Ela cita que é raro ver um produto com preços mais baixos.
Na mesma interpretação dos preços das prateleiras do supermercado, o caminhoneiro José da Fonseca Amaral, de 55 anos, viu a carne bovina aumentar de preço perto de R$ 5,00. “Antes o quilo da alcatra estava perto de R$ 16,00. Agora não é possível encontrar a menos que R$ 22,00. Não vi nada abaixar nos dois últimos meses”, disse.
O economista Luciano Furtado, que estuda a variação de preços do setor alimentício pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou que a queda no valor dos alimentos acaba sendo pulverizada em itens que muitas vezes não entram na cesta básica. “Por isso as pessoas não percebem a queda de preço”, disse.
Nas 26 semanas iniciais de 2012 (ou seja, no primeiro semestre do ano), a cesta básica do consumidor em São Paulo custou, em média, semanalmente, R$ 340,16, valor 7,7% superior ao de idêntico período de 2011.
O ovo registrou valorização muito próxima – mas inferior. Custou em média, para o consumidor, R$ 3,39 a dúzia, aumentando 7,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando foi adquirido por, em média, R$ 3,16 a dúzia.
Já o frango não pesou no bolso do consumidor, pelo contrário. Pois enquanto no primeiro semestre do ano passado seu preço médio no varejo foi de R$ 4,10/kg, neste ano foi comercializado por R$ 4,06/kg, com redução de quase 1% no semestre.
A previsão para o segundo semestre é de maior aumento no preço dos alimentos, o que deverá fazer o índice fechar o ano entre 6% e 6,5%, de acordo com a economista Cornélia Nogueira Porto, coordenadora da pesquisa. “É de se esperar que aumentem os preços dos alimentos. Porque todo ano, no segundo semestre, o preço da carne e das aves, todos sobem”.
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