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Como a Suécia recebeu tantos imigrantes latinos, especialmente chilenos, a partir dos 70

Entre eles, se destacam os migrantes latinos, que chegaram em diferentes ondas ao longo das décadas, trazendo consigo sua cultura

12/07/2023 00h53 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Como a Suécia recebeu tantos imigrantes latinos, especialmente chilenos, a partir dos 70

A Suécia é um país conhecido por sua abertura e tolerância em relação à imigração. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o país escandinavo se tornou um destino para milhares de pessoas que buscavam refúgio, oportunidades e uma vida melhor. Entre eles, se destacam os migrantes latinos, que chegaram em diferentes ondas ao longo das décadas, trazendo consigo sua cultura, sua língua e sua história. No Bizzo Casino não importa se você é migrante ou não, desde qualquer lugar do mundo pode jogar o seu jogo caça níquel.

A primeira onda: os chilenos

Uma das primeiras e mais numerosas ondas de migrantes latinos na Suécia foi a dos chilenos, que fugiram do golpe militar de 1973 que derrubou o governo socialista de Salvador Allende e instaurou uma ditadura sangrenta liderada por Augusto Pinochet. Estima-se que cerca de 50 mil chilenos tenham se exilado na Suécia entre 1973 e 1990, sendo o segundo maior grupo de refugiados no país depois dos finlandeses.

A Suécia foi um dos primeiros países a condenar o golpe e a oferecer asilo aos perseguidos políticos, graças à sua política externa solidária e à sua tradição humanitária. O governo sueco também apoiou financeiramente os movimentos de resistência democrática no Chile e denunciou as violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura.

Os chilenos foram recebidos com simpatia e respeito pela sociedade sueca, que se sensibilizou com sua situação e se interessou por sua cultura. Muitos suecos aprenderam espanhol, ouviram música latino-americana, participaram de manifestações e se engajaram em projetos de cooperação. Os chilenos, por sua vez, se esforçaram para se integrar ao novo país, aprendendo sueco, buscando emprego, estudando e contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da Suécia.

A importância da migração chilena

A migração chilena teve uma importância histórica tanto para o Chile quanto para a Suécia. Para o Chile, significou a preservação de uma parte da sua memória coletiva, da sua identidade política e cultural e da sua esperança de retorno à democracia. Os exilados mantiveram vivos os ideais de Allende, denunciaram as atrocidades do regime de Pinochet e apoiaram as lutas populares contra a ditadura. Além disso, criaram laços de solidariedade e amizade com outros povos e países, ampliando sua visão de mundo e enriquecendo sua diversidade.

Para a Suécia, significou uma abertura para outras realidades, outras culturas e outras formas de pensar. Os suecos entraram em contato com os problemas sociais, políticos e econômicos da América Latina, questionaram seu próprio modelo de sociedade e se envolveram em causas globais. Além disso, aprenderam com os valores, as tradições e as expressões artísticas dos chilenos, que influenciaram a música, a literatura, o cinema, o teatro e a gastronomia sueca.

As ondas seguintes: outros latino-americanos

Depois dos chilenos, outros latino-americanos chegaram à Suécia em busca de refúgio ou de melhores condições de vida. Entre eles, se destacam os argentinos, os uruguaios, os peruanos, os nicaraguenses, os salvadorenhos, os colombianos e os bolivianos. Cada um desses grupos trouxe consigo suas próprias histórias, suas próprias motivações e suas próprias contribuições para a sociedade sueca.

Hoje em dia, a Suécia tem cerca de 2 milhões de imigrantes, o que representa 19% da sua população. Desses, cerca de 12% são de origem estrangeira e um em cada cinco suecos é filho de pessoas nascidas em outro país. Dentro da União Europeia, a Suécia é o Estado que acolhe a maior proporção de imigrantes em relação ao seu número de habitantes.

A imigração tem sido uma fonte importante de crescimento populacional e de mudança cultural na maior parte da história da Suécia. No entanto, também tem gerado controvérsias sobre os aspectos econômicos, sociais e políticos da integração, da diversidade, dos benefícios, do emprego, da criminalidade e do comportamento eleitoral. Recentemente, a Suécia endureceu suas leis migratórias para frear a onda de solicitações de asilo, limitando a duração das permissões de residência e exigindo exames de língua sueca e de conhecimentos cívicos.

A imigração é um fenômeno complexo e desafiador, que requer diálogo, respeito e cooperação entre os diferentes atores envolvidos. A experiência da Suécia mostra que é possível construir uma sociedade multicultural, solidária e democrática, que reconheça e valorize as diferenças e as semelhanças entre os seus membros.

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