Pesquisa aponta brasileiro como uma das maiores vítimas da depressão
Pesquisa realizada pela revista BMC Medicine aponta Brasil como país com maior índice de pessoas que sofrem de depressão. O levantamento cruzou dados de 18 países, divididos em duas categorias: desenvolvidos e em desenvolvimento. As informações sobre o Brasil foram obtidas a partir dos dados da pesquisa São Paulo Megacity, realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, na região metropolitana da cidade.
“Os resultados não me surpreendem”, afirma a Drª. Maria de Jesus Dutra dos Reis, professora do Departamento de Psicologia da UFSCar, mas completa: “Contudo eu atendo no Estado de São Paulo, no qual a pesquisa foi implementada. Ampliar a população investigada é essencial para entendermos o problema no Brasil”.
Das 5.037 pessoas que foram entrevistadas para realização da pesquisa publicada pela BMC Medicine, 66% tinham ao menos sintoma da doença, 18.4% manifestaram sintomas ao longo de toda a vida e 10,4 manifestaram ao longo de 1 ano.
A doença é uma das maiores causas de incapacitação, e a pesquisa estima que 121 milhões de pessoas em todo o mundo sofram atualmente com a doença.
Segundo a professora e pesquisadora da UFSCar, a doença é “caracterizada pela alteração do humor, pela descrição de uma tristeza frequente e crises de choro”, e pode ter sua origem em elementos fisiológicos, psicológicos, sociais, ou numa conjugação desses aspectos. De forma geral o quadro depressivo ocorre após um evento estressor (divórcio, desemprego, dificuldades financeiras, forte sofrimento, dores físicas intensas, entre outros), informa a Drª. Maria de Jesus, “entretanto, ela pode acontecer quando tudo esta muito bem na vida do indivíduo, não sendo possível identificar nenhum evento específico relacionado com o seu início. Caso isto aconteça de forma recorrente denominamos o quadro de depressão maior”, explica.
Depressão e remédios
Em maio deste ano, a IMS Health Brasil divulgou resultados de pesquisa realizada entre os anos de 2007 e 2011 que apontam um aumento de 40% no uso de medicamentos antidepressivos e de controle de humor no país.
Na ocasião, a reportagem do Primeira Página apurou com a Secretaria Municipal de Saúde que somente em 2011 foram comercializadas quase 70 mil drágeas de antidepressivos na cidade, e que em março eles representavam 7,3% de todos os comprimidos vendidos na Farmácia Popular.



Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.