Número de adolescentes atendidos pelo NAI aumenta 63%
Dados divulgados pelo Núcleo de Apoio Integrado apontam que, no primeiro quadrimestre de 2012, o número de menores envolvidos em atos infracionais em São Carlos aumentou, se comparado ao mesmo período em 2011. O número de adolescentes atendidos em 2011 foi de 129, enquanto em 2012, 211 receberam atendimento, o que representa aumento de 63,56%.
Dentre os atos infracionais cometidos, dirigir sem habilitação, furto, lesão corporal/agressão, porte de drogas e tráfico de drogas foram os mais recorrentes. Os dois últimos, inclusive, foram os que apresentaram os aumentos mais significativos. Enquanto em 2011, 14 menores foram apreendidos devido a porte de drogas, em 2012, o número saltou para 43, o que representa aumento de 207%. Já em relação ao tráfico de drogas, o número dobrou: em 2011, 15 jovens foram enquadrados neste crime e em 2012, 31.
No entanto, de acordo com Regina Helena Granja, coordenadora do NAI, o primeiro quadrimestre de 2012 foi atípico, já que em anos anteriores o número de ocorrências foi menor. Ela acredita que este aumento possa estar relacionado a diversos fatores, como por exemplo, uma maior fiscalização e reforço da Polícia Militar em termos de segurança pública. “Ainda é muito cedo para analisar o aumento como uma tendência. Em 2012, até agora, não foi registrado nenhum caso de homicídio, por exemplo. Em contrapartida, o número de jovens dirigindo sem habilitação aumentou de 24 para 39. Além do aumento da frota de veículos na cidade, outro fator que pode ter contribuído é a questão de uma fiscalização mais efetiva”, explica.
Segundo Granja, a filosofia do núcleo é avaliar o contexto em que vive o adolescente e não somente o crime praticado. “Muitas vezes vemos erros de generalização, como por exemplo, atribuir ao uso de drogas o motivo pelo qual o ato infracional foi cometido. Isso é errado, já que tudo vai depender nível de complexidade do delito. Feita essa individualização, o menor vai responder judicialmente por isso e a ele será aplicada a medida cabível”, salienta.
Para a coordenadora a participação efetiva da família é questão imprescindível para que estes jovens e adolescentes sejam devidamente abrigados. Em relação ao expressivo aumento de menores portando drogas, Granja acredita que é necessário que um trabalho multidisciplinar seja desenvolvido, tanto por parte da comunidade e das escolas quanto dos pais. “O comprometimento da família unido ao trabalho de assistência psicológica e social é fundamental para orientar esses jovens. Também é fator indispensável para evitar que os números de atos infracionais envolvendo crianças e adolescentes sigam aumentando”, finaliza.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.