Menina morta com suspeita de dengue é velada no Nossa Senhora do Carmo

08/04/2015 20h56 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação

A adolescente de 12 anos, Yasmin Brunelli está sendo velada neste momento no Cemitério Nossa Senhora do Carmo. Amigos e parentes prestam a última homenagem.

O enterro deve ocorrer às 17h, porém a família está definindo se o corpo será sepultado em São Carlos ou Dourado.

O CASO – Uma menina de apenas 12 anos morreu no final da manhã desta quarta-feira, 8, com suspeita de dengue no Santa Felícia, em São Carlos. A garota passou mal durante a madrugada e após ser consultada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, acabou liberada. 

O pai da garota, o auxiliar de veterinário Emanuel Luiz de Oliveira, contou como foi a noite da família: “Durante a noite ela estava passando mal, a fiz comer, porque não tinha comido nada o dia inteiro, comeu, bebeu e dormiu com a mãe dela. Durante a madrugada ela acordou, começou a vomitar, ligamos para o Samu, falaram que era normal, que não dava para atender, que isso iria passar, eu não aceitei, liguei para um táxi, que veio e minha esposa levou a menina até a UPA. Antes de eu ir trabalhar, elas chegaram, minha esposa falou as medicações que foram receitadas, e que iria ficar tudo bem, que o médico havia dito que ia ficar tudo bem”, narrou. 

Durante a manhã, a mãe da garota a encontrou desacordada e acionou o Samu, que ao chegar na residência constatou que a menina estava morta. “Quando eu estou no trabalho, minha esposa me liga falando que minha filha tinha morrido”, disse o pai.

Oliveira falou que mesmo sem realizar exames, afirmaram que a garota estava com dengue. “Só falaram que era dengue com um pouco de dor de garganta, só isso. Tomou soro com alguns medicamentos, para abaixar a febre, e liberaram ela. Não foi feito exame porque disseram que foi decretado estado de urgência na cidade, então tudo que chega com sintomas é tratado como dengue”, apontou. 

Muito emocionado e sem conseguir falar direito, o pai da menina não culpou ninguém. “Não sei dizer se faltaram cuidados, atenção, só acho que não poderia liberar uma pessoa doente, ainda mais uma criança de 12 anos. Não quero apenas uma explicação, não sei o que eu quero, só sei que nada vai trazer minha filha de volta”, argumentou. 

O delegado Maurício Sponton Rasi esteve no local e disse que a Polícia Civil irá esperar os laudos para saber a causa da morte. O corpo da menina foi levado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Américo Brasiliense. “Fizemos um registro da ocorrência de comunicação de óbito, em seguida pedimos uma requisição para o SVO para que, de alguma forma, chegue-se a um resultado, uma conclusão da eventual causa da morte. Após isso, se for constatado algum outro fato, será instaurado inquérito policial. Se ocorreu alguma causa que pode ter contribuído para a morte, como uma negligência, uma imprudência, poderá ser considerado um homicídio culposo. A princípio não podemos adiantar nada porque não sabemos a causa da morte, importante que sinal de violência não existe nenhum, pelo que constatamos no local”, esclareceu. O laudo sobre as causas da morte da menina deve ficar pronto em 30 dias. 

OUTRO LADO

Prefeitura afirma que atendimento foi realizado dentro dos protocolos

Somente no início da noite de ontem a Prefeitura de São Carlos se manifestou oficialmente sobre a morte da adolescente Yasmin Bruneli. Em nota a Secretaria Municipal de Saúde informou que  o primeiro registro de atendimento da paciente na rede municipal de Saúde foi no último dia 6, às 14h51, na Unidade de Pronto Atendimento do Santa Felícia (UPA). Na ocasião a paciente apresentava dor de garganta há cinco dias, febre e dor nos olhos. Segundo informações repassadas pela mãe da paciente ao médico plantonista, ela já tinha sido medicada na cidade de Dourado. Na ocasião, em virtude dos sinais e sintomas foi realizada a prova do laço, teste feito para avaliar o quadro clínico e a possibilidade da Dengue, mas o resultado foi negativo. Com prescrição médica ela foi orientada para casa e retorno, se necessário.

Nesta quarta-feira (8), às 5h18, a paciente procurou novamente a UPA Santa Felícia com dor ocular, amigdalite (em tratamento) e vômito. O atendimento, mais uma vez, foi realizado conforme protocolo, sendo a paciente medicada e, apresentando melhoras, liberada com orientações.

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que todos os procedimentos foram realizados de acordo com o protocolo de classificação de risco e como não há um diagnóstico preciso da morte da paciente, o corpo foi enviado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) de Américo Brasiliense, que tem até 30 dias para emitir o resultado do exame.