Hepatite leva perto de 600 ao tratamento na cidade
Perto de 630 pessoas estão em tratamento na cidade para tentar reverter o quadro de contaminação por hepatite “B”, uma doença que, segundo especialistas, é uma epidemia maior que a da Aids. Dados da Vigilância Epidemiológica Estadual mostram que nos dois últimos anos foram registrados 17 casos na cidade. Este ano foram dois diagnósticos positivos para a doença.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids municipal, Blaranis Helena Pauletto, é uma doença silenciosa que muitas pessoas podem já estar contaminadas e não sabem. Estatisticamente, de cada 100 casos de hepatite “C” 10% se curam e 90% tornam-se portadoras de uma doença crônica provocando uma cirrose ou um câncer hepático. No caso da hepatite “B” o quadro clinico se inverte com 10% adquirindo uma doença crônica e 90% tendo cura”, disse.
O site da Vigilância Epidemiológica estadual o Departamento Regional de Saúde (DRS), que fica em Araraquara e cuida de 24 cidades, incluindo São Carlos, mostra que de 2000 até fevereiro de 2012 foram registrados 728 casos. E o ano de maior incidência ocorreu em 2009 com 94 casos. Em todo o estado foram registrados 27.408 pacientes portadores da hepatite “B”.
De acordo com Blaranis Pauletto, desde 2003 o ambulatório dentro do Centro Municipal de Especialidades (Ceme) já faz o tratamento das pessoas diagnosticadas com o vírus da doença. “Já aplicamos o interferon, um medicamento que vai estimular o sistema de defesa a combater a infecção viral da Hepatite “B””, afirmou, ao ressaltar que a droga tem custo médio de mil dólares, mas é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Blaranis Pauletto ressaltou que é importante conscientizar a população sobre a prevenção da hepatite, pois tem tratamento e existem formas de prevenir e evitar a infecção pelo vírus.
O Ministério da Saúde estendeu a idade para vacinação contra hepatite para jovens para até 29 anos. Acima desta idade para indicações especiais como vítimas de exploração sexual, profissionais do sexo, manicures, coletores de lixo hospitalar, policiais civis e militares, profissionais de funerárias e profissionais da saúde. Também devem ser vacinados os doadores regulares de sangue e portadores de HIV.
BRASIL – Levantamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde indica que 71,3 milhões de pessoas foram vacinadas contra a hepatite B entre 1998 e julho deste ano. O número representa 75,3% da população com idade até 29 anos. A meta do governo é ultrapassar 95% de cobertura até 2015.
A pasta destacou que a vacina é a melhor forma de prevenir a doença e é recomendada para pessoas até 29 anos, profissionais de saúde e populações consideradas vulneráveis, como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas.
No caso de recém-nascidos, a orientação é que a primeira dose seja administrada logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver a doença, a criança deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B também nas primeiras 12 horas de vida. O medicamento serve para evitar a transmissão de mãe para filho.
Dados do ministério indicam que, no Brasil, a doença é mais frequente na faixa etária de 20 a 49 anos. A maioria dessas pessoas desconhece sua condição sorológica e só percebe que está doente quando as manifestações já são graves, como cirrose ou câncer de fígado.
Saiba quem pode se vacinar contra a hepatite B no SUS
– População em geral com idade até 29 anos.
– Profissionais das seguintes áreas: bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários; profissionais envolvidos em atividade de resgate; carcereiros de delegacias e penitenciárias; profissionais de saúde; manicures, pedicures e podólogos; profissionais do sexo; coletadores de lixo hospitalar e domiciliar; e caminhoneiros.
– Populações em situação de vulnerabilidade, como gestantes (após o primeiro trimestre de gravidez); populações indígenas; usuários de drogas injetáveis e inaláveis; lésbicas, bissexuais e transgêneros; homens que fazem sexo com homens; vítimas de abuso sexual; vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente suspeito de infecção pelo vírus da hepatite B; pessoas reclusas (populações de presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, Forças Armadas etc.); pessoas em convívio domiciliar contínuo ou que mantêm relações sexuais com portadores do vírus da hepatite B; doadores de sangue; transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea; doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea; potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou pessoas que já realizaram mais de uma transfusão de sangue; populações de assentamentos e acampamentos.
– Pessoas com as seguintes doenças: fibrose cística (mucoviscidose); doença autoimune; doenças sexualmente transmissíveis (DST); doenças do sangue; hemofilia; hepatopatias crônicas; hepatite C; imunodeprimidos; nefropatias crônicas/dialisados/síndrome nefrótica; asplenia anatômica (ausência de baço) ou funcional e doenças relacionadas.
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