Em 10 anos, AVC mata 32% menos
Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 2000 e 2010 houve uma queda de 32% no número de pessoas com até 70 anos eu morreram por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“O AVC pode ser definido com uma alteração da circulação cerebral que leva à morte (isquemia) dos neurônios, que são as células responsáveis pelas funções do cérebro.
Os AVCs podem ser isquêmicos ou hemorrágicos, causados por obstrução arterial , em geral causadas por placas de gordura ou coágulos, ou sangramento, respectivamente”. Os principais fatores de risco para sua ocorrência são: tabagismo, hipertensão arterial, diabetes e alterações de colesterol e triplicerides (dislipidemia), além de obesidade e sedentarismo”, explica a cardiologista Fabiana Darezzo.
O professor do Departamento de Terapia Ocupacional da UFSCar, Daniel Marinho Cezar da Cruz lançou este ano o livro Terapia Ocupacional na Reabilitação Pós-Acidente Vascular Encefálico, que aborda aspectos dessa que é uma das maiores causas de morte e de incapacidades no Brasil: “No livro abordamos a reabilitação de uma maneira geral, falamos da atuação de diferentes especialidades.A ideia do livro é congregar o tratamento, não de uma forma compartimentada, mas com uma integração nas áreas de atuação”, diz Cruz, que comenta os dados do Ministério da Saúde: “São interessantes, pois quando falamos em prevenção dos AVC’s falamos de mudança dos hábitos de vida. E boa parte desses fatores que são determinantes para esse quadro são fatores modificáveis, como por exemplo, abuso de álcool, tabagismo, sedentarismo…E talvez esses dados do Ministério vem ao encontro de ações preventivas que têm sido feitas pelo governo, e relacionados a atenção básica e a Saúde de Família”, diz.
O professor da UFSCar participa de um grupo de trabalho no Ministério da Saúde que ajuda no desenvolvimento de uma diretriz para atendimento de pessoas que tiveram AVC. A diretriz será finalizada em dezembro e publicada pelo Ministério: “Ela faz parte do plano Viver Sem Limite, da presidência da república, que são um conjunto de diretrizes para profissionais da saúde, feitas por diversos especialistas que atuam nos níveis de atenção básico, ambulatorial (onde acontece a reabilitação), e também no ambiente hospitalar”, explica.
“Parecia que eu estava flutuando”
No dia 19 de maio de 2005, Rosalino Jesus Barros, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, sofreu um AVC e conta como foi: “Fui para Ourinhos numa palestra, e já sai de São Carlos com dor de cabeça. Cheguei, a palestra durou 2 horas e meia, e a dor não parava. Achava que era pressão alta, porque sempre tive. Quando voltei do almoço comecei a piorar: parecia que eu estava flutuando, olhava para as pessoas e parecia que elas iam pra cima e pra baixo. Comecei então a perder os movimentos do braço esquerdo. Daí fomos para o hospital e lá diagnosticaram que estava tendo um Acidente Vascular Cerebral do tipo hemorrágico. O médico disse que a manha de sangue era mais o menos do tamanho de uma laranja, e que só não morri porque o sangue não chegou a entrar no cérebro”.
Hoje recuperado, Barros passou 9 dias na UTI e passou por 1 ano de tratamento. Na época ele tinha 54 anos.
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