Ibovespa cai abaixo dos 57 mil pontos, sob peso de construtoras
O principal índice brasileiro de ações cedeu ao peso das construtoras e encerrou a sexta-feira, 15, em queda, abaixo dos 57 mil pontos, pressionado também pela proximidade com o vencimento de opções sobre ações.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,72 por cento, a 56.869 pontos, numa sessão instável – o índice oscilou entre queda de 0,83 por cento e alta de 0,44 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 9 bilhões de reais.
Com isso, o índice acumulou queda semanal de 2,7 por cento, após duas semanas consecutivas no campo positivo. Em março, o referencial da bolsa paulista tem queda de 0,97 por cento e no ano a baixa é de 6,7 por cento – enquanto Wall Street seguia próximo das máximas históricas.
“O mercado aqui só vai melhorar se tivermos sinais de mudanças políticas”, disse o analista Marcelo Varejão, da Socopa Corretora. “Os investidores precisam ver uma administração (do governo federal) mais amigável ao mercado.”
Nesta sessão, as construtoras pesaram no Ibovespa, lideradas por MRV Engenharia, que afundou 8,07 por cento, a 9,80 reais. A companhia registrou forte queda no lucro do quarto trimestre, abaixo das expectativas de analistas.
“Os resultados do quarto trimestre da MRV foram mais uma vez decepcionantes”, disse a Itaú Corretora em relatório, citando uma combinação pouco inspiradora de retorno sobre patrimônio em queda e geração de fluxo de caixa livre menor que o esperado.
O mau humor com os resultados da MRV contaminaram também outras empresas do setor. Gafisa caiu 7,02 por cento, Brookfield Incorporações perdeu 4,51 por cento e Rossi Residencial recuou 4,22 por cento.
“Seguimos cautelosos quanto aos resultados das incorporadoras”, escreveram analistas da Planner Corretora em relatório. “Acreditamos que o primeiro trimestre de 2013 também não será de resultados animadores.”
Em sentido oposto, JBS, maior produtora de carnes do mundo, liderou os ganhos do índice, com alta de 4,49 por cento, seguida pela petrolífera OGX, que subiu 4,18 por cento, com movimentos de cobertura de posições vendidas.
O vencimento de opções sobre ações, que ocorre na próxima segunda-feira, adicionou volatilidade aos negócios, segundo operadores. A pressão foi maior nas preferenciais da Vale e da Petrobras, que encerraram o dia em queda de 0,12 e de 1,50 por cento, respectivamente.
Já a ordinária da Petrobras fechou em alta de 2,12 por cento, a 17,80 reais.
O mercado aguarda a divulgação do plano de investimentos da estatal petrolífera para esta sexta-feira, citaram operadores. (reportagem adicional de Asher Levine)



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