IPI reduzido desvaloriza até 20% de carros usados

27/12/2012 10h35 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação

O mercado de veículos está bem aquecido desde a redução do IPI feita pelo governo, mas não é assim que está ocorrendo com o comércio de carros usados. Dados do Departamento Nacional de Trânsito indicam que em 2000, 9% da frota brasileira de automóveis tinham mais de 20 anos. Em 2012, esse índice caiu pela metade, atingindo os 4%.

Outro problema elencado pelos garagistas é a desvalorização do carro usado comparado com os preços do carro zero-quilômetro mostra que existe uma baixa no preço do seminovo de 20% e que o mercado de São Carlos, uma realidade que reflete certo pessimismo do brasileiro.

Comerciantes do setor indicam que o ano foi fraco e que, inclusive, teve demissão de funcionários. Especialistas afirmam que a venda de seminovos no Brasil está mais parecido com o de países ricos, onde os modelos de segunda mão levam cerca de 10 anos para virar sucata.

Alegam também que a falta de linha de crédito. Os garagistas afirmam que o que tem freado um consumo maior de carros seminovos é a falta de crédito das financeiras e bancos. Hoje se pede muitos comprovantes e garantias para se financiar um carro usado. Diferente do comércio de carro zero-quilômetro que basta CPF [Cadastro de Pessoa Física] e Identidade.

Até o final de 2010, as pessoas conseguiam 100% de financiamento. Hoje, alguns bancos nem sequer financiam carros com 10 anos de uso e, por isso, houve queda nas vendas. Além disso, os critérios na avaliação de quem recebe o dinheiro também estão mais rígidos, na avaliação dos especialistas em crédito.

Os comerciantes do setor afirmam que o mercado de carro usado na cidade tende a trabalhar com valores inferiores a tabela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Alegam ainda que tiveram de muitas vezes que retirar até 15% do valor do carro para conseguir negociá-lo.

Ao cruzar o custo na tabela Fipe de um modelo seminovo com o preço de veículos novos, o consumidor observa que pagaria cerca de R$ 42 mil em um Toyota Corolla XLi 1.8 Flex ano 2009, por exemplo, enquanto o mesmo carro, zero quilômetro, sairia por R$ 62.800. O sedã usado vale praticamente o mesmo de outro modelo da marca, o Toyota Etios 1.5 16V XLS, que é um compacto cujo preço sugerido em R$ 42.790.

O efeito colateral sobre os preços de seminovos e usados, de acordo com os lojistas consultados é uma baixa que varia entre 10% e 20% — para comparação, o desconto do IPI chega a 10% nos carros novos — e prejudica concessionários a revendedores multimarcas.