Santa Casa realiza terceira captação de córneas
A Santa Casa de Misericórdia de São Carlos realizou num período de três dias duas captações de córneas, totalizando a terceira doação do órgão este ano na instituição. Os procedimentos ocorreram nos dias 9 e 12 de novembro. A primeira captação de órgãos realizada no hospital ocorreu em menos de dois meses, quando foram doados além das córneas, rins e fígado.
Com esta terceira doação, a Santa Casa faz um importante progresso em prol da campanha de doações de órgãos que ainda gera barreiras entre familiares no momento perdem seu ente querido.
A doação de órgãos é ato de solidariedade que muitas pessoas ainda desconhecem por falta de informação e conscientização. Por isso se faz parte importante de campanhas informativas e esclarecedoras de todos os procedimentos realizados para doação.
A doação depende da autorização da família. Por isso quem quiser ser doador deve deixar avisado aos familiares sobre a sua vontade.
A segunda captação de córneas ocorreu em uma mulher de 63 anos que teve como causa do óbito insuficiência renal aguda, infarto agudo do miocárdio e choque cardiogênico.
Já a terceira captação ocorreu em um homem de 39 anos que sofreu uma hemorragia sub-aracnoide (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico) e estava internado havia nove dias.
Nos dois casos, o gerente de enfermagem e membro da Comissão de Doação de Órgãos da Santa Casa, Alexandra Zagoto, conduziu todo processo de doação, fazendo contato com o Banco de Olhos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que veio à instituição realizar a captação das córneas.
“Podemos afirmar que está havendo uma conscientização da população, mas também vale destacar o treinamento que a equipe da Santa Casa recebeu no Hospital das Clínicas sobre como abordar a família. Isso foi fundamental e primordial para o êxito no processo”, afirma Zagato.
O gerente de enfermagem ressalta também que a partir de janeiro haverá um grupo de enfermeiros treinados na Santa Casa para fazer não só a abordagem, mas também a retirada das córneas, fazendo com que o processo de doação seja mais ágil.
Procedimentos da doação
Um paciente só pode ser considerado um potencial doador quando seu estado clínico evoluir para o quadro de morte encefálica, isto é, quando há a falência completa do sistema nervoso central, o encéfalo, que é composto pelo cérebro, ponte e o bulbo.
Nesta ocasião, o paciente entra naturalmente em coma profundo e a partir daí alguns procedimentos são obrigatórios e passam a ser realizados para confirmar a falência do encéfalo. A confirmação do óbtio somente é dada após serem realizados dois exames clínicos e um complementar por aparelhos em intervalos de seis horas. Somente com o último resultado dos exames, a família é informada sobre o quadro irreversível de consciência e consequentemente, o óbito natural.
Nesse momento que a família é informada sobre a possibilidade da doação dos órgãos e a Comissão entra em ação para qualquer explicação e orientação aos parentes.
Com a autorização da doação dada pela família e também a escolha dos órgãos, a retirada é feita. Todo o processo de transplante precisa ser realizado em tempo hábil para que os órgãos não percam suas condições orgânicas. No caso do fígado, o tempo de sobrevivência é de até 24 horas fora do organismo. Os rins podem durar de 24 a 48 horas. Já as córneas podem permanecer até seis dias fora do organismo em condições corretas de armazenamento.
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