Candidatos a prefeito exibem perfil na TV
O primeiro programa eleitoral dos candidatos a prefeito exibido nesta quarta-feira, 22, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h na televisão, trouxe os seis candidatos que disputam a vaga na Prefeitura traçando um perfil político ao eleitorado.
A abertura ficou a cargo do candidato do PSOL, Flávio Lazzarotto, que com 1 minuto e 47 segundos afirmou ser um político de esquerda e uma terceira via para o eleitorado que busca a transparência na política. Ele ressaltou a posição do partido de não aceitar doação de empresários para a campanha política.
Na sequência entrou o programa do PPL com José Benedito Sacomano, que em 1 minuto e 40 segundos, afirmou que faltam ajustes simples na gestão do município se referindo às obras em atraso. “Na minha formação de engenheiro eu sempre comecei uma obra e sempre terminei”. Ele disse que pretende terminar o Hospital Escola no próximo ano tendo do lado a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin.
Eduardo Cotrim, do PMDB, narrou a sua história e a chegada a São Carlos ainda na infância. Com fotos históricas vindas de um álbum de família, o candidato mostrou que teve oportunidade de crescer, estudar e chegar à administração pública como superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) nesse período. Com 6 minutos e 37 segundos no horário gratuito, Cotrim projetou para a Prefeitura “uma administração com mais eficiência”.
O candidato do PSTU, Ronaldo Mota, abriu seu tempo de TV com o bordão “tá cansado de promessa?”. E logo de início tratou de afirmar que a educação é tratada como prioridade “apenas nos discursos durante as eleições”. Ele emendou o assunto ao colocar que para garantir o serviço público de qualidade se faz necessário oferecer condições de trabalho dos servidores. Mota, que detém 1 minuto e 40 segundos no tempo de TV, o usou para falar basicamente da educação e propôs ampliar de 17% para 30% os investimentos da Prefeitura no ensino público.
Em tom bucólico ao som do canto de passarinho, o PT apresentou Oswaldo Barba, como candidato à reeleição, ao eleitorado. Usou a linguagem de sinais dos deficientes auditivos para simbolizar uma barba e identificar o candidato e a produção do programa deixa claro que traz alto investimento financeiro com tecnologia de ponta dando suporte aos 13 minutos e 20 segundos de tempo de mídia.
O programa passou por temas básicos como habitação, saúde e educação como compromisso de campanha e contou a trajetória do candidato que da periferia da capital paulista se tornou reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e atual prefeito da cidade. Ele afirmou ainda que investiu na educação e qualificação da mão de obra para atender a demanda de empregos “que estão chegando à cidade”.
Paulo Altomani, como candidato do PSDB, mostrou sua ascensão empresarial e trouxe funcionários e amigos para falar da integridade e empreendedorismo no segmento industrial.
Com a proposta, afirmou trazer um choque de gestão na administração, para “reduzir os gastos supérfluos, investindo no essencial”. Altomani apresentou parte da sua plataforma política como candidato, nos 4 minutos e 25 segundos de mídia.
Olhar clínico
Cientista político analisa impacto do horário eleitoral na intenção do voto
A convite do jornal Primeira Página, o professor de ciências políticas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Pedro Floriano, analisou o impacto que o horário eleitoral na tevê e rádio traz na intenção de voto do eleitorado.
Leia como o professor universitário vê a propaganda eleitoral:
O Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral vem desempenhando um papel importante nas campanhas eleitorais brasileiras desde a redemocratização.
De um lado, é o principal instrumento de campanha eleitoral, possibilitando a todos os candidatos atingirem o conjunto do eleitorado; por outro, é um instrumento de prestação de contas dos atuais representantes (vereadores e prefeito) junto à população, que pode recompensá-los ou puni-los nas urnas.
O que as pesquisas na área demonstram, no entanto, é que somente o tempo de tevê e rádio não é suficiente para eleger alguém: existem diversas condições prévias que influenciam o comportamento do eleitor, como a satisfação com a gestão e o governante atuais, a atuação passada dos candidatos, o grau de conhecimento e o nível de rejeição de cada candidato junto ao eleitorado, a identificação do eleitorado em relação aos partidos, a força organizativa de cada partido na cidade etc.
Nesse sentido, o horário gratuito eleitoral é capaz de reforçar atributos positivos, e atenuar os negativos (como a rejeição), mas não pode fazer milagres. Os candidatos menos conhecidos pelo eleitor, assim como as forças de oposição, tendem a depender mais do horário eleitoral, já que necessitam se apresentar à cidade, contestar as forças de situação.
Por isso, a oposição recorre bastante à propaganda negativa no rádio e na TV: não tanto no bloco de propaganda, mas principalmente nas pequenas inserções (spots), usadas para atacar os rivais sem mostrar com clareza a origem dos ataques. Em virtude de todos os fatores listados acima, o eleitor não pode ser tratado como um alienado, que irá comprar qualquer produto apresentado – seja candidato a vereador ou a prefeito: ele faz sua escolha levando em conta diversos outros fatores.



Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.