Greve coloca emissão de passaporte em risco

09/08/2012 15h24 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação

O birô da Polícia Federal (PF), em São Carlos, poderá paralisar a emissão de passaporte na próxima sexta-feira. A ação faz parte do endurecimento dos policiais federais caso o governo federal não aceite as reivindicações de reposição salarial de reestruturação da carreira, proposta pelo conselho da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) no último dia 1º de agosto, quando entraram em estado de greve.

Até ontem os serviços de emissão e entrega de passaporte em São Carlos estavam normais com 45 documentos em média sendo emitidos por dia pelo birô da Polícia Federal.

De acordo com o escrivão e assessor de imprensa da Polícia Federal de Araraquara, que coordena o birô em São Carlos, Evandro Ciaramello Racosta os serviços estão sendo feito com 30% do efetivo e a emissão dos passaportes se mantém normais até a assembleia da categoria na próxima sexta-feira em São Paulo.

“A nossa adesão à greve é para buscar junto ao governo federal que se cumpra a legislação feita em 1996 que determina a inclusão de todos os funcionários da Polícia Federal no piso nacional de curso superior”, afirmou.

Neste caso, agentes, escrivães e papiloscopistas (perito especializado em trabalhar com a identificação humana) que estão estruturados dentro do nível médio, passaram a ganhar salário equivalente ao de concursados com ensino superior, o que inclui aumento do piso salarial de R$ 7,7 mil para R$ 12 mil. Salários já pagos aos peritos e delegados.

Caso a greve atinja 100% dos serviços da PF, perto de 450 pessoas que já estão agendadas para fazer o passaporte na cidade serão prejudicadas, segundo agentes locais.

Paralelamente, os policiais federais querem a reposição salarial dos últimos cinco anos, que segundo Racosta não vem ocorrendo. “Nosso compromisso com a família, educação dos filhos, enfim a sobrevivência esta comprometida. Estamos com 40% dos salários defasados”, afirmou

A negociação é feita há três anos e a deflagração da greve foi decidida porque o governo não apresentou os esboços de reestruturação das carreiras até a data-limite combinada, 31 de julho último.