Maioria dos empregos formais demanda maior escolaridade
Atualmente a concorrência no mercado de trabalho vem priorizando profissionais mais qualificados e com maior escolaridade. As políticas de elevação da escolaridade e de educação profissional desempenham um papel importante estratégico na geração de trabalhos com carteira assinada.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgados na recente pesquisa da Organização Internacional de Trabalho (OIT) demonstram que ao longo dos últimos anos, cerca de 90,0% dos novos empregos surgidos no país exigiam pelo menos o ensino médio completo. Enquanto, ao mesmo tempo, o número de vínculos empregatícios formalizados diminui para os trabalhadores analfabetos ou que possuem até sete anos completos de estudo (ensino fundamental incompleto).
Por outro lado, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,) demonstravam que cerca de 40,0% dos trabalhadores que compõem a População Economicamente Ativa (PEA) nacional não tinham sequer completado o ensino fundamental, e que 16,0% enquadravam-se na condição de analfabetos funcionais (tinham menos de quatro anos de estudo).
De acordo com o consultor e diretor presidente da Saffi Consultoria em São Carlos, Rogério Saffi Mello, o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e ao mesmo tempo com mão de obra escassa ou desqualificada, isso é visto claramente nas empresas de todo o território nacional.
Outro estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que 60% da queda da informalidade entre 2002 e 2009 decorrem da maior escolarização do brasileiro. De acordo com os pesquisadores o fator composição está relacionado à formação educacional. De 2002 a2009, a parcela de trabalhadores sem o ensino médio completo caiu de 66% para 53%.
Nesse caso, o ganho de escolaridade impulsiona significativamente a formalização. Segundo a pesquisa a taxa de informalidade entre os trabalhadores caiu de 43,6% em 2002 para 37,4% em 2009. No mesmo período, foram criados cerca de nove milhões de empregos com carteira assinada em todo o país.
Segundo os dados da pesquisa suplementar da PNAD referentes ao ano de 2007, pouco menos de um quarto da população (22,4%) tinha passado por algum curso de educação profissional.
“O ideal também seria termos nas escolas e faculdades, mais preparação e treinamento para o aluno ingressar no mercado de trabalho, com cursos profissionalizantes ou tecnológicos” comenta Saffi.
A tendência é que progressivamente aumente o interesse das empresas em disponibilizarem cursos de capacitação e qualificação aos funcionários com menos escolaridade. Segundo o consultor, em futuro muito próximo, haverá a exigência das empresas terem dentro de sua unidade um centro de treinamento e qualificação de funcionários.



Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.