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Das faces da dor

28/11/2013 16h34 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Das faces da dor

Hoje é um bom dia para filosofar concernente às dimensões da dor. Sim, a dor é física, fisiologicamente explicável, anatomicamente entendida, seus caminhos neurais nomeados e suas causas amplamente estudadas.

 

Todavia, a dor ou o processo doloroso é permeado por sentimentos, sensações, emoções e, consequentemente isso tem implicações que extrapolam o simples conceito de dor, transcendendo as fronteiras objetivas de sua mensuração e galgando conceitos de avaliação mais sutis, delicados mesmo.

Ao primeiro encontro doloroso, a impressão da grosseira dor é o descritivo que se apresenta de imediato. Afinada em estudos longamente elaborados e precisos, a dor sai do lugar comum e toma forma, nome, número, expressão facial, postura corporal, grunhidos, gritos, adjetivos medonhos e amaldiçoados. A dor é assim, imperiosa; sua manifestação exclui queixas diversas.

Se há dor, há vida. Mas a vida quer viver sem dor.

A importância da dor já  destacou-a  como o quinto sinal vital em países europeus e, mormente se discute muito o assunto nessas terras de Santa Cruz e Vera Cruz cujo nome é Brasil.

Outrossim, a dor judia e fere a alma e, ainda há a dor da alma, do amor, do coração partido, tão bem verbalizada nas epístolas dos amantes.

Onde começa a dor e onde tem seu fim continua algo que de tamanha importância ganhou centros de estudos, grupos especializados, tecnologias próprias e disciplinas relacionadas nas universidades.

A dor é mesmo um bicho de sete cabeças. Cada cabeça uma sentença ou uma característica própria que individualiza toda dor. A dor pode ser também um lobo em pele de cordeiro que chega manso, avisando de algum mal e de repente resolve ficar.

Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) há uma disciplina ministrada no programa de pós-graduação do Departamento de Enfermagem, intitulada “Dor: Modelos e métodos para avaliação, mensuração e controle” e, o privilégio de cursar tão relevante disciplina foi concedido ao subscritor dessa coluna. A oportunidade ímpar possibilitou um sem número de vislumbres das nuances da dor nas brumadas sendas que permeiam as ciências desses tempos.

Àqueles que na ânsia do conhecimento que vem envolto em ânimo de trabalho na busca de uma humanidade em processo de construção de um mundo melhor, o prêmio é o sofrimento aliviado. Este texto  é dedicado a todos os que promovem o estudo e alívio da dor pelo grande agrado que é saber de seus misteres na busca de aliviar o fardo do sofredor. 

 

 

(*) Professor de Pós-graduação da Uniararas e Tutor da Unifesp.

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